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O processo de urbanização, em especial das grandes cidades, acontece cada vez mais de forma acelerada enquanto as famílias estão reduzindo o número de integrantes. São casais com um ou dois filhos, casais sem filhos, idosos e solteiros, o que tem demandado algumas mudanças da arquitetura do século XXI.
Essas alterações comportamentais também refletem na demanda por unidades habitacionais menores, também conhecidas como microapartamentos. Varandas com churrasqueiras, sala de televisão, cozinha ampla, cantinho especial para a mesa de jantar com dez lugares já não fazem parte do planejamento de muitas pessoas. Em São Paulo, por exemplo, o tamanho médio de um apartamento passou de 127m² para 81m² em 10 anos. Atualmente já existem apartamentos de 10m² a 33m².
Essa onda de microapartamentos é tendência relativamente recente em grandes cidades do Brasil, mas já é realidade em metrópoles como Nova York, Londres, Paris e Tóquio, em grande parte motivada pelo alto custo do metro quadrado. As residências compactas passaram por vários momentos e nomenclaturas nos grandes centros urbanos: quitinetes, conjuntos habitacionais, conhecidos como o JK em algumas cidades, apart-hotéis, flats, e mais recentemente conhecidos por lofts , microapês ou apartamentos compactos.
Criatividade
No entanto, um apartamento com metragem reduzida não deve ser sinônimo de desconforto. O espaço demandará móveis funcionais e aconchegantes, práticos e acessíveis. E esse é um nicho de negócio que vem crescendo significativamente e, portanto, fabricantes de móveis, varejistas e profissionais criativos devem estar atentos para propor soluções adequadas de mobiliário, otimizando o uso do espaço como principal aspecto da funcionalidade.
O diferencial dessa moradia está na integração dos espaços, com salas de estar, de jantar e cozinha formando um único ambiente, a cozinha americana se integra à sala por meio de um balcão ou mesa de refeições, a área de serviço se restringe a um tanque e lavadora de roupa.
Decoração
Os detalhes precisam ser bem pensados e estudados justamente pelo espaço restrito, como a disposição dos móveis, a proporção do mobiliário, os revestimentos e palheta de cores.
Por isso, contar com o apoio de um profissional capacitado pode fazer toda a diferença para não comprar peças grandes demais ou mesmo para não deixar a sensação de que está inadequado ou desproporcional. É preciso atentar para a compra de sofás, camas de casal, armários de roupas, para que eles possam proporcionar conforto, mas que também facilitem o dia a dia.
Especialistas em decoração sugerem que a cozinha, por ser aberta não tenha cara de cozinha, portanto, a dica é escolher eletrodomésticos com design trabalhado, que façam parte da decoração e mobiliário multifuncional, em que a mesa de refeições, por exemplo, possa ser adaptada para um ambiente de trabalho. Outra sugestão é o uso de armários abertos ou com portas transparentes, que ampliam o espaço.
Principais diferenciais dos microapês
– Falta de separação entre os cômodos
– Móveis compactos, como roupeiros com menor profundidade
– Móveis funcionais que possam ter diferentes utilidades durante o dia e à noite
– Mesas e sofás embutidos na parede
– Puxadores com recortes na própria madeira para evitar acidentes
– Portas de correr espelhadas
Censo IBGE
Entre 2009 e 2011, pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) identificou que o número de domicílios com apenas um morador no país aumentou de 12% para 12,7%.
O levantamento ainda identificou que a variação do número de domicílios com apenas um morador foi a mais expressiva, entre 2009 e 2011, passando de 7 milhões para 7,8 milhões. A região Centro-Oeste apresentou, em 2011, o maior percentual de domicílios com apenas um morador (13,8%), 2 pontos percentuais acima do registrado em 2009. O Sudeste, que em 2009 havia apresentado a maior proporção (13,1%), registrou aumentou para 13,2%.
Os dados mostram ainda que houve redução, entre 2009 e 2011, na proporção dos domicílios com quatro ou mais moradores, de 40,4% para 37,7% (533 mil residências). Os domicílios com até três moradores passaram, no mesmo período, de 59,6% para 62,3%.